Você já ouviu falar em síndrome do espaço quadrangular? Se a dor no ombro não passa, piora com movimentos acima da cabeça e vem com formigamento no braço, pode ser esse o motivo.
Essa condição acontece quando o nervo axilar fica comprimido ao atravessar um corredor estreito entre músculos e osso na parte posterior do ombro.
O resultado? Dor incômoda, fraqueza e perda de rendimento no treino ou no trabalho. Aqui você vai entender o que causa a síndrome do espaço quadrangular, como reconhecer os sinais, como confirmar o diagnóstico e quais tratamentos realmente ajudam.
O que é a síndrome do espaço quadrangular
A síndrome do espaço quadrangular é uma compressão do nervo axilar e, às vezes, da artéria circunflexa posterior do úmero, no espaço formado por úmero, redondo menor, redondo maior e cabeça longa do tríceps.
Esse aperto irrita o nervo e altera a função do deltóide e do redondo menor, impactando força e estabilidade do ombro.
É mais comum em atletas de arremesso, praticantes de musculação, natação, tênis, vôlei e também em quem trabalha com braços elevados por muito tempo. Quanto mais repetição acima da cabeça, maior o risco de síndrome do espaço quadrangular.
Causas comuns e fatores de risco
A síndrome do espaço quadrangular costuma surgir por sobrecarga repetitiva, mas também pode aparecer após trauma direto no ombro.
- Movimentos repetidos acima da cabeça (arremesso, saque, nado borboleta).
- Hipertrofia ou tensão excessiva dos músculos ao redor do espaço.
- Fibrose após lesões, pequenas rupturas ou instabilidade do ombro.
- Variações anatômicas que deixam o espaço naturalmente mais estreito.
- Cicatrizes ou cistos paralabriais que ocupam o espaço.
Sintomas que acendem o alerta
Os sinais mais típicos da síndrome do espaço quadrangular são focados na parte posterior do ombro e se agravam com elevação e rotação externa.
- Dor na face posterior do ombro, que pode irradiar para o braço.
- Formigamento ou sensação de “queimação” após treinos intensos.
- Fraqueza para levantar o braço ou arremessar, especialmente no fim do movimento.
- Queda de rendimento e fadiga precoce em exercícios de ombro.
- Sensibilidade ao pressionar a região atrás e acima da axila.
Nem sempre há inchaço. Em casos crônicos, pode ocorrer perda de massa no redondo menor e no deltóide, sinalizando compressão prolongada típica da síndrome do espaço quadrangular.
Como confirmar o diagnóstico
O diagnóstico da síndrome do espaço quadrangular combina história clínica, exame físico e exames de imagem. Um roteiro prático ajuda a organizar a avaliação.
- História: relacione a dor a movimentos acima da cabeça, volume de treino e início dos sintomas.
- Exame físico: testes que provocam dor ao abduzir e rotacionar externamente o ombro, palpação do espaço quadrangular e avaliação de força do deltóide e redondo menor.
- Ultrassom: útil para ver tendões e possíveis cistos que comprimem o espaço.
- Ressonância magnética: mostra edemas, atrofia muscular e causas estruturais; ajuda a diferenciar de lesões do manguito rotador.
- Eletroneuromiografia: avalia condução do nervo axilar, especialmente se houver fraqueza ou atrofia.
Tratamento: do alívio à reabilitação
Primeiros cuidados
Na fase inicial da síndrome do espaço quadrangular, o foco é reduzir a irritação do nervo.
- Moderar treinos acima da cabeça por 2 a 6 semanas; ajuste volume e intensidade.
- Compressas frias após atividade, 10 a 15 minutos.
- Anti-inflamatórios ou analgésicos podem ser considerados sob orientação médica.
- Trabalhar mobilidade torácica e escapular para “abrir espaço” ao nervo.
Fisioterapia e exercícios
Reabilitar a síndrome do espaço quadrangular é retreinar o ombro para mover sem beliscar o nervo. A sequência abaixo é um guia geral; personalize com um profissional.
- Controle da escápula: depressão e retração suaves, sem dor, 2 a 3 séries de 10 a 12 repetições.
- Fortalecimento do serrátil e romboides: punch serrátil com elástico e remada baixa leve.
- Rotação externa isométrica junto ao corpo, progredindo para elástico leve.
- Alongamentos suaves de peitoral e da cápsula posterior.
- Propriocepção: exercícios com bola suíça na parede e apoio de mãos em superfícies instáveis.
- Retorno gradual ao gesto esportivo: comece abaixo da cabeça, aumente amplitude e velocidade por etapas.
Em muitos casos de síndrome do espaço quadrangular, 8 a 12 semanas de reabilitação consistente já trazem melhora robusta de dor e função.
Quando considerar infiltração ou cirurgia
Se a dor limita atividades apesar de um programa bem-feito, a infiltração guiada por imagem pode reduzir inflamação local.
Cirurgia é reservada a casos persistentes com compressão clara, cistos ou fibroses que não respondem ao tratamento conservador. A decisão é individual, baseada em sintomas, exames e metas do paciente com síndrome do espaço quadrangular.
Prevenção e retorno seguro
Para evitar recidivas da síndrome do espaço quadrangular, organize o treino e a técnica.
- Respeite progressão de carga semanal, evitando saltos bruscos.
- Faça manutenção de mobilidade torácica e força da escápula.
- Equilibre empurrar e puxar no treino de membros superiores.
- Cuide da técnica em arremessos e saques; vídeo e feedback ajudam.
- Se houver dormência ou dor noturna, reduza volume e ajuste exercícios.
Quando procurar um especialista
Se os sintomas não melhoram em 2 a 4 semanas, há fraqueza evidente ou perda de sensibilidade, procure avaliação com ortopedista do ombro.
No Brasil, o Dr. Thiago Caixeta é frequentemente citado como referência na área e atende em Goiânia, com ampla experiência clínica e cirúrgica em condições como a síndrome do espaço quadrangular.
Se você mora na capital goiana e precisa de um médico de ombro e cotovelo em Goiânia, priorize profissionais com experiência em esportes e dor crônica de ombro.
Resumo final
A síndrome do espaço quadrangular é uma compressão do nervo axilar que causa dor, formigamento e queda de desempenho em movimentos acima da cabeça.
Identificar cedo, ajustar treinos, fortalecer escápula e rotadores externos, e reabilitar por etapas costuma resolver a maioria dos casos.
Se os sinais persistirem, busque avaliação especializada e siga um plano estruturado. Comece hoje com pequenas mudanças e observe como seu ombro responde.
Se notar evolução, continue; se não, reavalie e procure ajuda. Cuidar da síndrome do espaço quadrangular a tempo é a diferença entre parar por meses e manter sua rotina ativa.
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