Quando pensamos em Natal, lembramos automaticamente da mesa farta, do aroma que invade a casa e das receitas que atravessam gerações. Cada família tem seu jeito de celebrar, mas os pratos típicos do Natal unem histórias, memórias e sabores que aquecem o coração.
Peru assado, rabanada, farofa especial, castanhas, salpicão e tantas outras delícias fazem parte de um ritual que vai muito além da comida — é sobre reunir as pessoas que amamos. Descubra quais são os pratos e os ingredientes que transformam os sabores das mais tradicionais ceias e o que faz cada um deles ser tão presente nos lares brasileiros quando chega a época mais afetiva do ano.
Quais são os pratos típicos do Natal?
Peru assado
O peru se tornou sinônimo de Natal no Brasil, ocupando o centro da mesa como símbolo máximo de fartura e celebração. A tradição chegou através de influências norte-americanas e europeias, mas ganhou temperos e acompanhamentos que refletem nosso paladar tropical.
O preparo exige planejamento: a ave precisa descongelar completamente na geladeira por até três dias, dependendo do tamanho. O tempero ideal combina ervas aromáticas como alecrim e tomilho, alho, cebola, manteiga e um toque de acidez de limão ou laranja.
Preparações natalinas costumam exigir ingredientes de qualidade, com textura suculenta, sabor preservado e garantia sanitária, já que essas características influenciam diretamente na experiência à mesa. Empresas gastronômicas constroem sua reputação justamente sobre esse cuidado, com processo rigoroso de congelamento na origem que mantém a maciez, suculência e os nutrientes da carne, além de uma ampla variedade de cortes ideais para ocasiões especiais. Por isso, ao considerar um peru natalino para a sua ceia, optar por um peru de Natal de excelente qualidade pode fazer toda a diferença no resultado final.
Tender
O tender surgiu como opção mais descomplicada para quem quer sofisticação sem enfrentar o desafio técnico do peru. Trata-se de um lombo suíno já curado, defumado e pré-cozido, que precisa apenas de finalização no forno.
O preparo leva menos de duas horas, tornando-se escolha perfeita para quem tem pouco tempo ou experiência na cozinha. A cobertura tradicional feita com abacaxi, cravo e açúcar mascavo cria uma crosta caramelizada irresistível que equilibra o salgado da carne com doçura tropical.
A versatilidade do tender permite variações criativas na cobertura: geleia de damasco com mostarda, mel com gengibre, ou até calda de goiabada para um toque brasileiro autêntico. Fatias generosas servem bem tanto no jantar principal quanto nos dias seguintes, em sanduíches ou saladas.
Famílias menores especialmente apreciam o tender por não gerar sobras excessivas como acontece com perus grandes. A apresentação também impressiona: decorado com rodelas de abacaxi fixadas com cravos e cerejas confeitadas, fica visualmente tão festivo quanto qualquer prato mais elaborado.
Bacalhau
A tradição do bacalhau no Natal chegou ao Brasil através dos colonizadores portugueses e permanece forte, especialmente em famílias com raízes lusitanas. O peixe salgado e seco exige dessalgue cuidadoso, processo que leva de 24 a 48 horas com trocas regulares de água.
Esse preparo antecipado faz parte do ritual natalino, conectando gerações através de técnicas transmitidas oralmente. O bacalhau à Gomes de Sá, gratinado com batatas em rodelas, cebolas, ovos cozidos e azeitonas pretas, reina como versão mais popular nas mesas brasileiras.
Outras preparações incluem o bacalhau ao natas, cremoso e reconfortante, e bolinhos de bacalhau servidos como entrada que desaparecem rapidamente das travessas. O peixe combina perfeitamente com azeite português de qualidade, batatas e muito alho.
Embora o preço seja salgado como o próprio ingrediente, muitas famílias consideram a tradição inegociável. O aroma característico que invade a casa durante o preparo e o sabor marcante criam experiência sensorial única que define o Natal para milhões de brasileiros que não abrem mão dessa herança culinária.
Chester
O chester foi desenvolvido especificamente para o mercado brasileiro como alternativa ao peru tradicional. É um frango especial geneticamente melhorado para ter mais peito, carne mais macia e sabor suave que agrada paladares diversos.
O tamanho intermediário atende bem famílias de 6 a 8 pessoas, evitando desperdícios ou falta de comida. O preparo segue linha similar ao peru mas com tempo de forno reduzido, geralmente entre duas e três horas dependendo do peso.
Temperos tradicionais funcionam perfeitamente: manteiga com ervas, vinho branco, cebola e alho. Alguns cozinheiros injetam marinadas diretamente na carne para garantir suculência por dentro e fora. O chester aceita bem recheios variados, desde farofas clássicas até versões mais incrementadas com frutas secas, castanhas e linguiça.
A apresentação dourada impressiona tanto quanto aves maiores, mas com vantagem de ser mais acessível financeiramente. Para quem está começando a cozinhar ceias natalinas, o chester oferece margem de erro maior que o peru, entregando resultado satisfatório mesmo para iniciantes na cozinha festiva.
Rabanada
Entre as sobremesas, a rabanada ocupa posição especial no coração dos brasileiros. Fatias grossas de pão amanhecido mergulhadas em leite, ovos batidos e açúcar, depois fritas até ficarem douradas e crocantes por fora mas macias por dentro.
A finalização com açúcar e canela ainda quente cria contraste de texturas e sabores que conquista todas as gerações. Cada família possui sua versão particular: algumas adicionam leite condensado à mistura, outras preferem calda de vinho do Porto, e há quem acrescente essência de baunilha ou raspas de laranja.
A origem humilde da rabanada, criada para aproveitar pães velhos, contrasta com seu status de iguaria natalina. O preparo em grande quantidade é tradição, pois as rabanadas desaparecem rapidamente e ainda ficam deliciosas requentadas nos dias seguintes.
Algumas versões mais elaboradas incluem recheios de goiabada ou chocolate, mas a clássica permanece imbatível. O aroma de canela e açúcar caramelizado permeando a casa é tão característico do Natal quanto o cheiro de pinheiro e frutas cítricas. Preparar rabanadas virou ritual que marca o início oficial das celebrações em muitos lares brasileiros.
Farofa
Nenhuma ceia de Natal brasileira está completa sem pelo menos uma boa farofa na mesa. Essa preparação à base de farinha de mandioca torrada aceita infinitas variações regionais e familiares. A versão básica leva manteiga, cebola, alho e ovos mexidos, mas a criatividade não tem limites: bacon crocante, linguiça calabresa, frutas secas como uva-passa e damasco, castanhas diversas, azeitonas, cenoura ralada e até banana da terra. Cada família desenvolve sua receita secreta que se torna parte da identidade culinária do grupo.
A textura crocante e sabor intenso da farofa complementam perfeitamente a suculência das carnes principais, seja peru, tender ou bacalhau. Ela absorve os molhos e caldos, criando combinações de sabores que definem a experiência gastronômica natalina brasileira. Preparar a farofa no fogão enquanto as carnes assam no forno é momento de conexão na cozinha, onde receitas são compartilhadas e ajustadas ao gosto da nova geração. Sobras de farofa praticamente não existem, mas quando acontecem, servem maravilhosamente em sanduíches ou como acompanhamento de ovos mexidos nos dias seguintes às festividades.
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