Um dos casos policiais mais famosos do mundo voltou a ser tema de debate. O historiador britânico Russell Edwards afirmou ter identificado Jack, o Estripador. Ele diz que isso foi possível por meio de uma análise genética de um objeto relacionado a uma das vítimas.
Jack, o Estripador, foi responsável por uma série de crimes brutais em Whitechapel, Londres, no final do século 19. Esse caso gerou muito mistério e medo durante mais de 130 anos. Apesar de várias teorias surgirem, nenhuma solução definitiva tinha sido alcançada até agora.
Russell Edwards e o xale crucial
Em entrevistas, Edwards explicou que sua pesquisa se concentrou em um xale que pertenceu a Catherine Eddowes, uma das cinco vítimas conhecidas do Estripador. Ele comprou o xale em 2007 e, desde então, teve um trabalho intenso para analisá-lo.
O xale tinha manchas de sangue que seriam da vítima, além de outros vestígios biológicos. Após realizar testes de DNA, Edwards afirmou ter encontrado ligação com os descendentes de Aaron Kosminski, um suspeito famoso na época.
Ele declarou com firmeza: “Sem dúvida, 100% é ele.” Essa convicção mostra o quanto ele acredita em sua pesquisa.
Kosminski era um barbeiro judeu-polaco que morava em Whitechapel e era um dos principais suspeitos dos assassinatos na época. Ele sofria de problemas mentais graves e morreu em um hospital psiquiátrico em 1919, com diagnóstico de esquizofrenia.
O cenário de crimes em Whitechapel
Na década de 1880, Whitechapel, no East End de Londres, era uma região de extrema pobreza e violência. Com um grande número de imigrantes irlandeses e judeus buscando uma vida melhor, a realidade era de miséria e condições de vida insalubres.
Neste ambiente vulnerável, Jack, o Estripador, atacou suas vítimas confirmadas: Elizabeth Stride, Mary Jane Kelly, Mary Ann Nichols, Annie Chapman e Catherine Eddowes. Elas foram assassinadas entre agosto e novembro de 1888, em condições brutais.
A gravidade dos crimes e a falha das autoridades em capturar o assassino criaram pânico generalizado e alimentaram um mito que mantém sua força até hoje.
Evidências genéticas: avanço ou falha científica?
A parte mais debatida da afirmação de Edwards envolve o uso de DNA mitocondrial. Esse tipo de DNA é herdado pela linha materna e pode ser compartilhado por várias pessoas de uma mesma família, por isso, não permite identificar um indivíduo específico, ao contrário do DNA nuclear.
O especialista forense Jarrett Ambeau levantou críticas relevantes sobre o uso do DNA mitocondrial:
- Não é possível afirmar uma identidade com 100% de certeza apenas com DNA mitocondrial.
- O material genético de um objeto de 1888 pode estar muito degradado.
- É impossível saber exatamente quem tocou o xale ao longo de mais de um século.
- A cadeia de custódia do xale é incerta, o que diminui a confiabilidade da análise.
Assim, apesar da coincidência genética sugerir uma ligação com Kosminski, especialistas enfatizam que isso não é uma prova definitiva.
Por que a polícia deixou o xale de lado?
Edwards criticou a falta de interesse das autoridades britânicas ao longo dos anos. Ele contou que o xale foi quase esquecido até sua compra:
“Eles nunca bateram à porta. É curioso que simplesmente não tenham se incomodado.”
Documentos históricos indicam que a investigação original enfrentou problemas como falta de recursos e preconceitos que dificultaram a resolução do caso.
O caso está realmente encerrado?
Embora Edwards defenda suas conclusões com firmeza, a comunidade científica continua cética. Sem provas concretas e sem DNA nuclear, muitos especialistas acham impossível fechar o caso de forma absoluta. Isso reacende o interesse global por um dos maiores mistérios criminais da história e destaca a complexidade de investigar crimes antigos com tecnologia atual.
Em resumo, a identidade de Jack, o Estripador, pode estar mais próxima de uma resposta, mas ainda está cercada de dúvidas, assim como desde 1888. Esse desgastante enigma continua a intrigar e fascinar pessoas até hoje.
